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"Por 2 Meses, eu não o via como filho"!- Mamy Mendes




Ontem tivemos o relato da jovem Irina, sobre a sua experiência do Pós-Parto.  O aprendizado que nos deixou é que "Depois da Tempestade, vem sempre a bonança"!

Mas, até chegar a tão esperada "bonança", muitas são as mudanças existentes, e ser mãe é exatamente isso.

 Apesar de alguns percalsos, existem estratégias muito boas que ajudam a ter uma melhor adaptação a essa fase, e nada melhor do que ouvir e acompanhar as experiências com as outras Mães .

Vale lembrar que, cada Mulher é uma Mulher e cada caso é um caso.
A ideia não é "traumatizar" o pós-parto,  até porquê ele não é um "bicho de sete cabeças". Rrrssss!

A intenção não é assustar as Mães, principalmente as de primeira viagem, rrrsss, pois o caso específico de uma mãe não significa dizer necessariamente que será o seu.  É importante estar ciente disso.

Existem mulheres que depois do parto reagem tranquilamente (especialmente as que têm parto normal).  Mas, independentemente disso, todas de alguma forma têm os seus sacrifícios e enfrentam algum tipo de dificuldades, por ser uma fase de  descobertas, junto com o medo do "desconhecido".

E para entender melhor sobre isso, vamos á experiência da Mamy Mendes, e no seu caso específico, enfrentou a Depressão Pós-Parto - Mamy Mendes, 25anos-  Mãe há 6 anos.

Qual foi a sua definição do Pós-Parto?

O pós parto foi muito doloroso, não só por motivos das dores, mas essencialmente por causa  da solidão.

Teve ajuda de alguém? Familiares/amigos?:

A ajuda que eu tive foi da minha mãe, ela foi a única que praticamente esteve do meu lado desde a descoberta da minha gravidez até ao nascimento do meu filho.

Qual foi a sua maior dificuldade? 

Acho que pelo facto de estarmos sensíveis, por causa do parto, as dores no local da cirurgia, as noites mal dormidas, e acabamos por deixar com que os sentimentos venham à flor da pele.

Claro que,  quando se é mãe, a vida já não será só uma, já não pensamos mais no "eu" e sim no "meu filho(a), e algumas pessoas ao redor acabam por nos afastar um pouco das suas "aventuras" do dia a dia porque já não somos uma só.

De 5 a 10 , qual Nota darias aos amigos ou alguns amigos nessa fase? 

Dar uma nota para mim seria um pouco desagradável, mas infelizmente dava uma nota 5 porque nos piores momentos tem uma espécie de nevoeiro nos seus cérebros que não conseguem enxergar a dor alheia.

Descreve o seu relacionamento com o filho nessa fase(Pensamentos; sentimentos, etc) 

Nos primeiro 2 meses de vida do meu filho, eu não o via como meu filho. Lá está, a sensibilidade do momento, as dores deixam algumas mulheres muito afastadas da realidade.

 Foi o que me aconteceu, em dois meses eu não acreditei que tinha dado à luz a um filho. Para mim não passava de um sonho, porque a realidade era tão apalpável que preferia escondê-la no meu subconsciente. Mas com o ato dede amamentar;  o cuidar dele; o banho, nos aproximou muito como mãe e filho. Ao redor , eu não tinha qualquer tipo de esperanças,  mas eu via essa esperança nos olhos dele.

Quem era como pessoa; como Mãe emocionalmente/ psicológica e mentalmente falando?

Eu era 5% de razão e 95% de sentimento. Pelo facto de ter sido mãe solteira, por ter ouvido muitas coisas ruins ao longo dos 9 meses;  as idas às consultas sozinha;  o ter que carregar um nome que não era o nome registrado no meu documento, fez com que eu não pudesse aproveitar ao máximo o pós parto.

Por várias vezes, eu deixava as emoções tomarem conta do meu ser,  pelo simples facto de estar bloqueada por elas o tempo todo.

Por vezes eu pensava quem seria eu, se não tivesse o meu filho; se não tivesse engravidado. Por isso, eu carregava a culpa de ser rejeitada. Eu Chorara sem motivos, e ao mesmo tempo eu  tinhas todos os motivos  para chorar rsrsrs
E, sem dúvida que isso tudo era depressão pós parto.

Arrepende-se de algo? 

Eu me arrependo de não ter tomado certas decisões, talvez tivesse tido mais avanços com a minha vida na altura.
Mas quem passou ou quem está nessa de depressão pós-parto, não lhe passa pela cabeça um outro tipo de solução se não de acabar com aquele sofrimento da pior maneira.

 A depressão é uma barreira que nos impede de enxergar o além. Eu me arrependo muito de não a ter vencido a tempo de aproveitar cada segundo com o meu filho.

Qual o conselho que daria ás Mães que vivem esta fase? 

O meu conselho é este: vivem a cada segundo com o vosso filho como se fosse o último, o nosso filho é o espelho de quem nós somos, e você vai criar um espelho quebradiço ou um espelho resistente à queda?! Eles são o nosso futuro,  invistam neles.

Bem, chegamos ao término de mais um relato, mais uma experiencia do pós-parto que deixará grandes aprendizados! O que achou deste artigo? Deixe o seu comentário e compartilhe!

Não perca amanhã o relato da Sandra Priscila que vai estar na "Pele de Mãe" sob o mesmo tema - Pós Parto.

Até lá!


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